segunda-feira, 9 de abril de 2018

BdC o agregador!

Há males que vêm por bem!

Sempre foi um ditado que, desde miúdo, ouvi os mais velhos dizerem. 

Toda esta situação que está a acontecer com o Sporting é, sem qualquer dúvida, desgastante para simpatizantes, sócios, atletas, e com prováveis resultados nefastos para a carreira de cada modalidade.

Será, contudo, um mal que vem por bem?

No que se refere à eliminatória que aí vem, já na quinta-feira, contra o Atlético de Madrid, será, seguramente, fundamental para o resultado. Resta, agora, saber, quão fundamental será?

Há dois anos escrevi sobre o elemento agregador que o nosso presidente e o nosso treinador deram ao Benfica, para se unir e conseguir fazer o que parecia impossível: recuperar de muitos pontos e vencer o campeonato!

Será que o nosso treinador conseguirá aproveitar este clima de grande instabilidade, mas também, de grande emoção, para unir o grupo e conseguir níveis de concentração, entrega e dedicação que só grandes e únicos momentos conseguem?

Será que este grupo de atletas, que viu a sua dignidade profissional posta em causa, viu o seu grupo ser atacado, ainda mais pelo seu próprio presidente, consegue unir-se em torno desta forte emoção, para dar uma resposta cabal ao presidente que ousou contestá-los?

A diferença técnica no jogo da semana passada não foi assim tão grande, como o são as diferenças nos orçamentos de ambas as equipas, o que significa que, com a união do grupo, e a tão famosa estrelinha da sorte, a reviravolta no resultado pode ser uma realidade e uma porta aberta para um sucesso europeu que nos foge há tantas décadas.

Será Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting Clube de Portugal capaz de fazer a equipa passar às meias finais da Liga Europa? Será ele, o elemento agregador, depois de ser o destabilizador?

É que há males que vêm por bem... embora eu jure, que não percebo!

 










 

Futebol, esse desinibidor!

Futebol


Faz mais de um ano que não escrevia no "Não percebo!"

Faz quase dois anos que não escrevia sobre futebol!

Para quem queria escrever diariamente, o objectivo está ligeiramente aquém... se estivesse no futebol, já tinha sido despachado!

O futebol - essa paixão de milhões - volta a fazer-me escrever, porque o meu clube está, de novo, nas bocas do mundo, a ser humilhado, por quem é e por quem não é do Sporting, por quem gosta, por quem odeia, enfim, por quase todos; e isso, incomoda-me!

A vantagem - e, por vezes, a desvantagem - de se escrever sobre determinados assuntos, é que fica registado e, futuramente, não dá para dizer que afinal não era bem isso que eu dizia... está dito; está escrito, não há dúvidas!

E eu já escrevi sobre o nosso Presidente.

Não vou falar sobre a personalidade do presidente do SCP, nem dos seus "post´s", nem da sua atitude perante a adversidade. Isso, pode ser lido em qualquer jornal, rede social, ouvido e visto em qualquer canal de televisão.

Custa-me, no entanto, ver uma instituição como o Sporting Clube de Portugal, definhar sobre os seus próprios receios, fantasmas e ilusões.

Conseguiu-se impor como ideal e objectivo, que os três principais clubes nacionais têm de ganhar o campeonato todos os anos! Se não o ganharem, então os objectivos falham, os treinadores caem e as direcções fazem ainda maiores disparates!  

Se olharmos para outros campeonatos, não tão latinos, conseguimos descobrir clubes que, não ganhando o campeonato local há muitos anos, não têm, também, estas crises existenciais que os clubes nacionais - e não só, podendo mesmo, este, ser um fenómeno mediterrânico, porventura - têm com os seus associados.

No caso em concreto do Sporting, a falta de títulos, nomeadamente, de campeonatos nacionais, está a fazer com que se perca o discernimento quer na sua gestão, quer na sua massa associativa, dando origem a fenómenos como os que estamos a viver.

Aparentemente, o bom trabalho de gestão que o actual presidente tem efectuado, acaba por ser engolido, por um feitio exuberante apoiado no confronto e numa atitude predominantemente violenta.

 Não nos podemos esquecer, no entanto, que este Presidente herdou um clube que estava a começar a negociar um PER (Plano Especial de Revitalização), e ouvia-se um ruído de fundo com o medo da insolvência, reorganizou as finanças do clube, desenvolveu e deu prestigio a modalidades do clube que há anos não tinham actividade, construiu o Pavilhão João Rocha que havia sido promessa eleitoral de várias direcções, esteve nas grandes discussões do futebol internacional, nos últimos tempos, nomeadamente, sobre a legalidade dos fundos, a utilização do VAR, e instigou a justiça nacional para se debruçar sobre alguns casos que necessitavam de analise jurídica para saber da sua veracidade.

Contrariamente a este brilhante curriculum, cada vez que o Presidente fala, acaba por deixar muitos sportinguistas envergonhados, por não ser essa a nossa tradição, nem a nossa postura no futebol - mesmo que isso não nos tenha trazido grandes conquistas no passado.

E é aqui que este texto pretende chegar. O ganhar títulos não pode ser desculpa para tudo; o respeito ganha-se, não por discursos violentos, mas por uma postura que nos permita, com ou sem títulos, andar de cabeça erguida e sem necessidade de andar permanentemente a denegrir este ou aquele, esta ou aquela instituição. Este discurso maniqueísta em que ou estás comigo ou és contra mim, faz parte de um processo tribalista básico que está esgotado e contra o qual há que lutar.

A um Presidente compete, também, dar murros na mesa quando é necessário, mas acima de tudo, compete defender os seus, as suas estruturas porque, para todos os efeitos, ele é, e será sempre, o primeiro responsável por todos eles.

Quando Jorge Jesus acaba por ser o mais sensato no discurso, é porque algo está muito mal na organização.

Ao nosso presidente, não restam condições de governabilidade desta instituição, restando-lhe apenas gerir a forma como quer sair. A ver pelas ultimas comunicações, escritas e verbais, nada de bom espera o Sporting.

 A ilusão de poder, a perda do discernimento, e da razoabilidade leva os homens a situações de rutura para as quais ninguém sai vencedor. 

É algo que, por mais que tente, não consigo perceber! 
Juro que não percebo!