Será que estamos em perigo e não
nos apercebemos?
Quem não ouviu já a história do
sapo que, se for colocado numa panela, com água a ferver, depressa saltará para
fora da panela, para se salvar; porém, se colocarmos o mesmo sapo numa panela
com água fria e colocarmos essa panela no fogo, o sapo não pulará, ficará
quieto, sentindo a água aquecer, até que morrerá cozido!
Estaremos nós a ser cozidos e não
nos apercebemos?
Será que aquilo a que temos assistido nesta campanha eleitoral
é suficiente para decidirmos o que vai acontecer no futuro? Ou será que apenas
nos estão a aquecer a água?
Não deveríamos ter aproveitado
este período para que nos esclarecessem sobre as grandes questões que vamos ter
no futuro? Será que não deveríamos ter percebido se a nossa dívida é pagável ou
não; se deveríamos pensar em renegociá-la ou não e em que termos e com quem?
Não deveríamos pensar no peso que queremos que o nosso estado tenha?
Não deveríamos ter pedido para nos explicarem se o sistema da nossa segurança
social é sustentável ou não? Se vai haver dinheiro para as nossas pensões e
para as pensões dos nossos filhos e netos? Não teria sido útil tentar perceber por
que razão o nosso serviço nacional de saúde tem vindo a definhar?
Não deveríamos ter tentado
perceber quanto custará ter uma justiça rápida e de proximidade a quem precisa?
Não teria sido uma boa
oportunidade, tentar perceber porque é que ao fim de 40 anos de democracia, e
apesar de ter havido profundas melhorias no nível de vida português, ainda
estamos a colocar estas perguntas todas? Não seria tempo para algumas destas
pequenas coisas como a justiça, a educação e a saúde, por exemplo, estarem já
bem delineadas?
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